– A educação
A educação deve ser considerada como processo para o desenvolvimento humano integral, instrumentos gerados das transformações sociais. É base para a aquisição da autonomia, fonte de visão prospectiva, fator de progresso econômico, político e social. É o elemento de integração e conquista do sentimento e da consciência da cidadania.
Nesta concepção de educação, a finalidade é formar cidadãos capazes de analisar, compreender e intervir na realidade, visando ao bem-estar do homem, no plano pessoal e coletivo. Para tanto, este processo deve desenvolver a criatividade, o espírito crítico, a capacidade de analisar e sintetizar, o autoconhecimento, a socialização, a autonomia e a responsabilidade.
Desta forma, é possível a formação de um homem com aptidões e atitudes para colocar-se a serviço do bem comum, possuir espírito solidário, sentir o gosto pelo saber, dispor-se a conhecer-se, a desenvolver a capacidade afetiva e possuir visão inovadora.
Ante os múltiplos desafios do futuro, a educação surge como um trunfo indispensável à humanidade na sua construção dos ideais de paz, da liberdade e da justiça social. Faz-se necessário afirmar a fé no papel essencial da educação no desenvolvimento contínuo, tanto das pessoas como das sociedades. Como um eixo norteador que conduza a um desenvolvimento humano mais harmonioso, mais autêntico, de modo a fazer recuar a pobreza, a exclusão social, as incompreensões, as opressões, as guerras e a tudo aquilo que possa trazer um retrocesso na sociedade como um todo.
A educação é, também, um grito de amor à infância e à juventude, que deve ser acolhida nas sociedades, dando-lhes o espaço que lhes cabe no sistema educativo, sem dúvida, mas também na família, na comunidade de base, na nação.
As políticas educativas devem ser consideradas como um processo permanente de enriquecimento dos conhecimentos, do saber-fazer, bem como uma via privilegiada de construção da própria pessoa, das relações entre indivíduos, grupos e nações.
A educação leva ao homem o conhecimento de si mesmo e dos meios de manter a saúde física e psicológica e levando-o a conhecer e preservar o meio ambiente natural. Necessário se faz prismar pela condição de preservar os elementos essenciais de uma educação que ensine a viver melhor, através do conhecimento, da experiência e da construção de uma cultura pessoal e coletiva.
A educação, atualmente, vem ultrapassando a distinção tradicional entre educação inicial e permanente. Com um olhar para o futuro de um mundo em uma veloz transformação constante, tem que estar preparada para acompanhar a inovação, tanto na vida privada como na vida profissional. Para tanto se faz necessário aprender-se para aprender. Priorizando e edificado nos quatros pilares da educação .
É escusado dizer que os quatro pilares da educação, não apoiam, exclusivamente, numa fase da vida ou num único lugar. Os tempos e as áreas da educação devem ser repensados, completar-se e interpretar-se de maneira a que cada pessoa, ao longo de toda a sua vida, possa tirar o melhor partido de um ambiente educativo em constante.
– Os quatros pilares da educação
A educação ao longo de toda vida baseia-se em quatro pilares:
• aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver junto, aprender a ser.
• Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias. O que também significa: aprender a aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida.
• Aprender a fazer, a fim de adquirir, não somente uma qualificação profissional, mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Mas também aprender a fazer, no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer espontaneamente, fruto do contexto local ou nacional, quer formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.
• Aprender a viver juntos desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências – realizar projetos comuns e preparar-se para gerir conflitos – no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
• Aprender a ser, para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade pessoal. Para isso, não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se.
• Numa altura em que os sistemas educativos formais tendem a privilegiar o acesso ao conhecimento, em detrimento de outras formas de aprendizagem, importa conceber a educação como um todo. Esta perspectiva deve, no futuro, inspirar e orientar as reformas educativas, tanto em nível da elaboração de programas como da definição de novas políticas pedagógicas.
– O Homem
O homem é um ser bio-psico-sócio-cultural que possui necessidades materiais, relacionais e transcendentes. Neste sentido amplo e complexo, o homem deve ser atendido em toda a sua necessidade, para que analise, compreenda e intervenha na realidade.
É que se garanta uma formação integral voltada para o desenvolvimento das capacidades e potencialidades humanas. A formação integral deve ser entendida como saber essencial, isto é, aquela que proporciona ao ser humano o saber sentir, saber inovar, saber refletir, saber fazer, saber ser crítico e saber ser ético.
Indivíduo/sociedade/espécie sustentam-se, pois, em sentido pleno: apoiam-se, nutrem-se e reúnem-se.
Qualquer concepção do gênero humano significa desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e do sentimento de pertencer à espécie humana. No meio desta tríade complexa emerge a consciência.
A antropo-ética, ética propriamente humana, supõe a decisão consciente e esclarecida de:
Assumir a condição humana indivíduo/sociedade/espécie na complexidade do ser;
Alcançar a humanidade em si mesmo e em sua consciência;
Assumir o destino humano em suas antinomias e plenitude. A antropo-ética, também, instrui ao homem a assumir a sua missão dentro do milênio:
Trabalhar para humanização da humanidade;
Efetuar dupla pilotagem do planeta: obedecer à vida, guiar a vida;
Alcançar a unidade planetária na diversidade;
Respeitar no outro, ao mesmo tempo, a diferença e a identidade quanto a si mesmo;
Desenvolver a ética da solidariedade;
Desenvolver a ética da compreensão;
Ensinar a ética do gênero humano.
Compreendendo, assim, a esperança na completude da humanidade, como consciência e cidadania planetária.
Indivíduo e Sociedade existem mutuamente. A democracia favorece a relação rica e complexa indivíduo/sociedade, em que o indivíduo e a sociedade podem ajudar-se, desenvolver-se, regular-se e controlar-se mutuamente. A democracia é a regeneração contínua de uma cadeia complexa e retroativa: os cidadãos produzem a democracia que produz cidadãos. Na democracia, o indivíduo é cidadão, pessoa jurídica e responsável; por um lado, exprime seus desejos e interesses, por outro, é responsável e solidário com sua comunidade social. A soberania do povo cidadão comporta ao mesmo tempo a autolimitação desta soberania pela obediência às leis e a transferência da soberania aos eleitos.
– A Escola
A escola como instituição social, deve possibilitar o crescimento humano nas relações interpessoais, bem como propiciar a apropriação do conhecimento elaborado, tendo como referência a realidade do aluno.
Neste contexto, deve possibilitar ao aluno a aquisição de uma consciência crítica que lhe amplie à visão de mundo. Esta visão de mundo deverá dar-lhe condições de uma leitura interpretativa dos fatos sociais, das relações intra e interpessoais e dos homens com a natureza.
A escola organiza-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais, que são os Quatros Pilares da Educação.
Essas aprendizagens que serão de alguma forma para o aluno/indivíduo, ao longo de toda a vida, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; e aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes, onde o aluno/indivíduo deve ser preparado, especialmente, graças à educação que recebe na Escola e ao longo de sua vida, para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida.
Dessa forma a Instituição de Ensino deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa–espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal e espiritualidade. Concebendo assim a educação como um todo.
A escola prisma por não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de cada aluno/indivíduo:
Memória;
Raciocínio;
Sentido estético;
Capacidades físicas;
Aptidão para comunicar-se;
Espiritualidade/Religiosidade.
– O Professor
O professor, como mediador entre o aluno e o conhecimento, deve ser um profissional formador/pesquisador, reflexivo, consciente da importância de seu papel e da constituição de sua identidade, da docência, comprometido com o processo educativo, integrado ao mundo de hoje, responsável socialmente pela formação do cidadão e, principalmente, um eterno aprendiz, aquele que busca “inovar e inovar-se”.
Nesse universo, composto pela família, pelas amizades e pela figura do professor, onde da sala de aula. As relações de poder se manifestam. O docente defende os direitos dos excluídos e reivindica igualdade de condições para todos os alunos/indivíduos.
Salientando a importância da pesquisa no exercício da docência na interação cotidiana vivenciada por educadores e educando no espaço pedagógico, assumindo a sua função social quando se propõe a ser um espaço que preserva a diversidade cultural – social – física, responsável pela promoção da equidade.
Apto para construção de novos conceitos e práticas relativas à formação e na trajetória dos sujeitos inseridos nas Instituições escolares.
O professor precisa ser comprometido, organizado, criativo, acolhedor, que busque a participação ativa de todos os alunos nas atividades, articulador e medidor do conhecimento, proporcionando uma educação libertadora, onde o conhecimento traga prazer ao educando, envolva a família e toda a comunidade escolar e social. Para tanto, se faz necessário que se avalie o trabalho desenvolvido como um todo a fim de assegurar os objetivos propostos.